Recebi um email do meu amigo Samuel e me senti na obrigação de publicar o conteúdo aqui.
Após ler o artigo, meus caros leitores, vocês vão entender a existência de tantos blogs "mediLcres" empesteando a rede, o sucesso de bandinhas terríveis como Cine e Restart, que são as versões pioradas (se é que é possível) de Fresno e Nx Zero, a ascensão do funk carioca, a qualidade desprezível da programação televisiva e a inexistência de assuntos úteis entre a grande maioria das pessoas.
Me sinto um vitorioso pelos mil e tantos acessos mensais neste blog, já que está cada dia mais difícil encontrar que saiba (ou queira) ler.
Na LUTA!
Adriano Pacianotto
MEC resolve o problema educacional sugerindo aprovação automática
Os gênios do MEC, ministério cuja existência faz tanto sentido quanto o Ministério da Justiça, decidiram acabar de vez com a repetência e evasão escolar. Segundo a visão magnífica dos técniCUS educacionais - que entendem tanto de ensino quanto o Adauto Lourenço entende de Evolução, Geologia, Física, Biologia, Química e todas as demais ciências - resolveram dar um basta nisso. Acham que a culpa disso, óbvio, é a reprovação. Para tanto, os digníçimus resolveram recomendar simplesmente que as escolas públicas e particulares passem a adotar aprovação automática nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, tencionando expandir isso para TODOS os anos escolares.
Estou sem palavras ante a grandiosidade disso. Contei isso pra uma amiga professora e ela chorou de emoção. Obrigado, MEC, obrigado MEEEEEEEEEEEESMO.
Segundo uma inacreditável notícia do jornal O Globo, os retardados eleitoreiros do MEC resolveram ser mais idiotas que de costume, já que vivemos num país de débeis mentais. Para esta classe desclassificada, o péssimo rendimento dos alunos é fictício, apenas uma mostra que nossos sistema educacional está errado, já que o ensino meritório é errado. O mesmo ensino meritório que vinha dando certo há MILÊNIOS! Mas isso inibe os coitadinhos dos alunos e, portanto, deve ser abolido.
Ano passado eu demonstrei as vergonhas que apareceram com o PNAD. O MEC deve ter ficado horrorizado (NOT) com isso e resolveu mudar. Assim, o melhor é igualar a população. Revolução Já,companheiros. Para tanto, o que vamos fazer? Transformar todo o país num bando de analfabetos e analfabetos funcionais, até que consigamos a excelente marca de todo o país ser analfabeto. Daí, o Brasil será um paradigma na História Universal: O único país que passou da História para a Pré-História, já que ninguém mais saberá escrever. Os fóruns de discussão são um belo exemplo deste caminhar.
Em 9 de maio, o jornal Estado de São Paulo veiculou notícia dizendo que, segundo o MEC, o Bolsa Família foi responsável pela elevação do percentual de aprovações. O que uma coisa tem a ver com outra? Citando a reportagem, claramente parcial:
Com um menor grau de abandono dos estudos, os alunos do Bolsa-Família tiveram desempenho na educação semelhante à média dos estudantes matriculados nas classes de ensino fundamental das escolas públicas do País. No ensino médio, os beneficiários do programa de transferência de renda registraram índices de aprovação maiores.
Alguma dúvida que jornais são manipulados? O desempenho é tão bom que os índices do IBGE (que eu mostrei no artigo do PNAD) são alarmantes. Os bolsa esmola ajudaram tanto que o MEC quer aprovação automática, de modo a garantir uma legião de analfabetos. Qualquer dia, durante uma entrevista de emprego, a seleção será feita da seguinte forma:
Examinador: Então, senhor Adamarildo Riquimartim da Silva, o senhor quer uma vaga aqui. Gostaria de propor um teste, pode ser?
Adamarildo: Çim cenhô.
Examinador: Poderia, por obséquio, escrever o seu nome completo e o de seus pais nesta folha de papel?
Adamarildo: Er… mas imdenpidemti diço eu cerei contartadu, né? Afinau, temus apruvassaum tomática.
Examinador. Próximo!
Lendo o Visão Panorâmica (blog que eu recomendo), vemos o Arthurius Maximus comentar esta aberração:
Vagas para operários, vendedores, motoristas, operadores de produção (chão de fábrica), e outros trabalhadores com pouca exigência de qualificação, sobram no mercado e não podem ser preenchidas imediatamente devido à degeneração educacional de nosso povo.
Infelizmente, esses dados jamais chegarão aos lares brasileiros. Afinal de contas, mesmo que você fosse procurar, os achariam enterrados numa parte interna do jornal de domingo -quase sem nenhum destaque - e, para piorar, no caderno de economia. Vê-los na televisão, no rádio ou debatidos nas igrejas ou mesmo nas escolas então… uma mera utopia.
Deixe-me ver… Rádios? TVs? Um povo que se preocupa com Copa do Mundo e Big Brother? Os mais… cahan… instruídos estão preocupados com o ultimo capítulo de Lost. Debatidos em igrejas? I-GRE-JAS? O lugar que mais precisa de acéfalos manipulados? O lugar onde não há a menor intenção de ter pessoas com senso crítico? Não, estamos caminhando para o apocalipse intelectual, onde as Forças do Adversário ganharão a parada, pois larga maioria não quer ser culto, larga maioria não quer pensar, larga maioria não consegue ler um artigo com mais de duas linhas. Em compensação, o mesmo jornal O Globo informa uma grande aquisição no currículo escolar fluminense (fluminense é relativo ao Estado do Rio de Janeiro e eu terei que ficar explicando qualquer coisa “complicada”, por medo de não ter mais quem entenda): Ensino de História da MPB. Isso sim! Como eu poderia viver sem aprender algo tão útil e relevante como isso? Como eu poderia arrumar um emprego decente sem conhecer Emilinha Borba, Marlene, Chico Buarque e Lobão! Sim, Lobão; já que, segundo ele mesmo, se ele é músico, é popular e é brasileiro, então ele compõe MPB. Você discorda?
Políticos estão salivando como os cães de Pavlov a essa altura. Uma ideia dessas é excelente para angariar votos. Afinal, analfabetos podem votar e basta dijitá umdôstreis e prontu!
Não há muito mais o que falar sobre isso. portanto, deixo aqui como está a evolução no ensino da matemática (unidades atualizadas e a inflação não é levada em conta):
Ensino de matemática em 1950
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. Sabendo que o custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda, calcule o lucro.
Ensino de matemática em 1970
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?
Ensino de matemática em 1980
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00. Qual é o lucro?
Ensino de matemática em 1990
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00. Escolha a única resposta certa que indica o lucro:
( ) R$ 20,00 ( ) R$40,00 ( ) R$60,00 ( ) R$80,00 ( ) R$100,00
Ensino de matemática em 2000
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00. Está certo?
( ) SIM ( ) NÃO
Ensino de matemática em 2010
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O lucro é de R$20,00. Se você souber ler, coloque um X ao lado do R$20,00.
( ) R$20,00 ( ) R$40,00 ( ) R$60,00 ( ) R$80,00 ( ) R$100,00
OBS. E se não souber ler, você está aprovado do mesmo jeito.
Fonte:
http://ceticismo.net/2010/05/24/mec-resolve-o-problema-educacional-sugerindo-aprovacao-automatica/