sexta-feira, dezembro 13, 2019

Messias Demoníaco



Atacam-nos com fúria insana
(Intolerância conservadora)
Lançam-nos à margem
Na esperança inquisidora
De que obedeçamos à risca
Toda a pura ignorância
Da família tradicional fascista
E suas igrejas milicianas

Erguem o Alfarrábio Santo
Repleto de embuste e sangue
Apontam-nos como pecadores
Neste instante de maldade
Em que o insano é a realidade
E a fogueira dos pastores arde
Em busca de opositores

Deus abençoou a pólvora
E escolheu o senhor da morte
Como seu representante

Ao entortar linhas notórias
O caminho traçado da bala
Não atinge a carne nobre
Segue a velha trajetória
Contra o negro, o índio, o pobre

Messias demoníaco
Com seus cães conspiradores
Com seus traumas freudianos
E matilhas de censores
Defendendo a terra plana
E o ódio aos amores
Nessa nova guerra santa
Que transforma Cristo em arma
Os juízes em farsantes
E a Justiça em mera trama

(Adriano Pacianotto - 09/12/2019)

segunda-feira, dezembro 09, 2019

Caixão de Zinco



Caixão de zinco
Serpente prata
Mão de alumínio
Sardinha em lata

Brado engolido
Clamor que estraga
Num mar de gado
De burro e carga

A verdade é canto
Proibido e fundo
Suprimido e morto
Encolhido e mudo

(Adriano Pacianotto - 26/10/2019)

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