Palavras jogadas numa mesa de bar

Mais uma noite comum, num bar comum, entre pessoas comuns.

Tomo minha cerveja sozinho, acompanhada de um conhaque, e observo os desconhecidos.

É fácil entender as pessoas quando se aprende a observá-las, elas são o que são quando imaginam não estarem sendo vistas.

Anos em mesas de bar me fizeram percebê-las, e chegar a conclusão de que a maioria não vale a merda que cága.

Aquela menina que todos comeram, menos eu, me faz sentir pena. Também sinto pena deles, de toda importância que dão a coisas vazias. Acho que é isso: as pessoas são vazias. Substituíveis como um simples par de meias. O que as fez assim?

Minha avó diria que é a televisão a todos aqueles programas obscenos. Às vezes preferiria pensar como minha avó, não enxergar muito além, não perceber a sujeira debaixo do tapete...

E eu já vi muita sujeira nesse mundo. Vi gente se vendendo por tão pouco, prostituindo os próprios sonhos... Vi a inveja destruindo muitas amizades, a cobiça apunhalando costas e amores caindo aos prantos.

E não queria ter visto tantas lágrimas...

Na LUTA!
Adriano Pacianotto