sexta-feira, agosto 31, 2012

Nenê Altro e o Rock Guarulhense



Conversando com o Nenê sobre os shows que estou organizando em Guarulhos, na Grande São Paulo, estendemos o assunto para as suas raízes na região, já que ele cresceu por lá. Conversa vai, conversa vem, e ele me passou uma entrevista onde conta seus primeiros contatos com o punk, ainda na adolescência, os shows e as bandas que formou no início da carreira.

A entrevista nunca foi publicada na íntegra, mas foi base para a revista "CLAM #1 - A História do Rock Em Guarulhos", lançada pelo coletivo com apoio da prefeitura da cidade em 2011, onde Nenê e outros personagens do rock guarulhense narram essas e outras passagens de suas histórias.

Achei o material muito bacana para permanecer perdido, incluindo fotos "de época" e tudo (rs). Bom, acabei pedindo pra publicar, e ele, gentilmente, autorizou. Espero que gostem.

E vale lembrar que dia 20 de outubro rola show com Dance of Days (http://www.danceofdays.com.br/), Jack's Revenge (http://www.myspace.com/jacksrevenge.rock) e mais 2 bandas no Clube Outs, no Baixo Augusta. Logo divulgo o cartaz e maiores informações por aqui.

Abraços a todos!

Na LUTA!
Adriano Pacianotto



Fale um pouco sobre sua infância em Guarulhos

Cresci na cidade de Guarulhos, grande São Paulo. Nunca fui muito diferente das outras crianças, exceto pelo fato de odiar futebol desde que me entendo por gente. Odiava jogar, odiava ser escolhido para times na escola e odiava quando fechavam a rua com seus campos e me atrapalhavam andar de bicicleta hahahaha

E como conheceu o punk rock?

Me envolvi com punk rock com 13 anos de idade, em 1985, mas já escutava desde antes. E não era diferente de todo mundo que eu conhecia, nas festinhas da rua rolava Replicantes e Garotos Podres do mesmo jeito que rolava Titãs e Paralamas. Era tudo “rock nacional” e a molecada pirava. Mas só saí mesmo pra dar rolê com uns 14... por aí

Como foram os primeiros rolês?

Minha mãe sempre cuidou muito bem de mim, e meu pai, apesar de não aceitar de maneira alguma meu envolvimento com o punk, só tentava me proteger, da maneira dele. Com uns 14 anos tive minha primeira ruptura com a família, acho que eu estava numa manifestação no centro de Guarulhos que terminou com discursos no coreto da praça da prefeitura e meu pai me tirou de lá a força. Então passei meus primeiros dias fora de casa. Fui dar um rolê com os punks do centro de Guarulhos e acabei parando bem longe, perto da estação Carandiru, ali na zona norte de São Paulo, naquela casa que tinha lá, o Ácido Plástico, que é óbvio, não me deixou entrar. Essa foi uma das noites mais marcantes de meus primeiros dias no punk, que lembro como se fosse hoje. A música Suburbia 1986 do Dance of Days fala disso.


O que quer dizer esse nome?

Suburbia era um filme que rolava muito em VHS entre os punks na cidade daquela época. Tinha uma locadora no centro chamada Video Company que tinha todas essas cópias não oficiais que fizeram a alegria de toda molecada rsrsrs Quando eu começava as cartas para os zines, ao invés de colocar "Guarulhos, dia tal ano tal", eu colocava "Suburbia" no lugar. E veio daí o nome da música.

E a primeira banda punk em Guarulhos, como rolou?

Acabei voltando pra casa uns dias depois, mas saí e voltei diversas vezes, o que minha mãe tentava ao máximo esconder da família e dos vizinhos. No final dos anos 80 fiz as malas e me mudei pro Jardim Cumbica, num puxadinho da casa de um punk amigo meu, o Walker. Foi uma época que me marcou bastante também, acho que ali tive minha segunda ou terceira banda, mas que pode ser considerada a primeira “mais séria” mesmo, que foi o B.H.I., Barulhento Horrível e Insuportável, que chegou a fazer uns shows na região e até na USP com o Extremamente Irritante, já quando comecei a me envolver com o anarco-punk.


Mas antes dessa banda “mais séria” teve alguma outra?

Antes cantei no Penitenciária. Também em Guarulhos, mas ainda morava com meus pais. Chegamos a fazer alguns shows, chegamos à final do festival de música do Perestroika rock bar em 1988, ao lado do Utopia, que depois veio a se chamar Mamonas Assassinas. Outro show que lembro muito do Penitenciária foi no teatro Cepac, com Coyote Maldito e Restos de Nada. Foi a primeira vez que vi o RDN “de perto” e, na ausência de nosso baterista o batera deles tocou com a gente. Era engraçado, ele não conhecia as músicas e a gente falava “agora é punk rock” ou “essa parte é hardcore” e ele ia acelerando ou diminuindo. Nosso baterista sempre faltava, tanto que quem tocou batera pra gente nesse fest do Perestroika foi o baterista do Coyote Maldito.

Alguma lembrança mais marcante dessa fase em Guarulhos?

Acho que o show do 365, Inocentes e Chernobyl em 1987 no Ginásio do Parque Cecap, que deu aquela confusão toda. Eu era bem moleque, tinha o que, 15 anos, e vi uma facada e uma pancadaria a menos de 20 metros de mim, aí rolou toda treta generalizada do lado de fora, eu e um amigo fomos perseguidos dentro do Cecap até que um brother lá disse que a gente não tinha nada a ver com a treta. E foi minha primeira vez dentro de um camburão de polícia, pois no final a polícia estava pegando os punks detidos no Cecap e soltando longe da treta, no centro de Guarulhos.

E o movimento punk na cidade como era?

Bom, tinha uma turma grande, que acho que era a maior da cidade e se chamava R.A., Rebeldes Anarquistas. Os sons da R.A. eram bem legais, colava muita gente de fora e num deles foi onde vi o show da H2SO4, que tinha o Edu na Guitarra, que depois veio a formar o Penitenciária comigo. Tinha essa galera do H2SO4 que eram os Makabros e tinha a galera do subúrbio da cidade, que era a GS. Basicamente a galera se reunia de semana no Melãozinho, que era uma lanchonete perto da escola onde boa parte da turma estudava ou na frente do Mata Hari, que às vezes fazia uma seleção punk nas matinês, mas que sempre colocava todo mundo pra fora quando rolava pogo.


Que época isso?

Isso foi em meados dos anos 80, rolava mais som de fita que show na cidade, e os shows que rolavam eram no teatro CEPAC. Depois mais pro finalzinho dos 80, início dos 90, começou a ter uma cena mais misturada com metal no Bar do Alemão... Cheguei a tocar algumas vezes lá com o Repulsive, que tinha um headbanger na guitarra e fazia toda essa ponte, pois conhecia toda galera que frequentava o bar. Foi mais ou menos nessa época, início dos anos 90, que o Repulsive acabou e comecei os primeiros ensaios com o Personal Choice.

Obs.: Entrevista originalmente feita para e revista do Projeto CLAM, de Guarulhos, em 2011. Parte dessa história foi publicada na “História do Rock Em Guarulhos” pelo coletivo, mas o restante desse conteúdo estava perdido, portanto é inédito.


quinta-feira, agosto 30, 2012

Estreia Hoje, 21hs, Explicit Guitar!



Estreia hoje o programa Explicit Guitar, do velho amigo Marcelo Magoo, na rádio web  http://topofthepopsfm.com/ às 21:00h. Quem puder acessar nesse horário irá ouvir o que há de melhor do guitar bands e vertentes.

Lembrando que o Magoo discoteca na Open Hell, dia 1º. Ouçam no programa muito do que vai rolar na pista neste sábado, no Espaço Cultural Walden.



Na LUTA!
Adriano Pacianotto

quarta-feira, agosto 29, 2012

Momento Bukowski





LÁGRIMAS DE UMA VAGINA

Rasgou em mim a vagina suada, quente e faminta
Como uma criança e seu novo brinquedo
Abriu em mim os lábios sedentos
Sugou-me o caralho
De costas enterrou-se me pedindo - “minta!”
E eu dizia o quanto a amava naquele instante de cumplicidade
Fodeu-me, fodeu-me com seu cú apertado
Eu invadia onde não havia mais espaço
E explodiu o gozo pelos cantos
Nem sequer limpou-se, e ergueu as calças
Abriu a porta, desviando-se da pia e da privada
Olhou para trás, com os olhos cheios de lágrimas
E tremendo os lábios...:
- “Amanhã na mesma hora?”

Adriano Pacianotto - 2000

Coyotes California Lança "Hello Fellas"




Lançamento dos brothers do Coyotes California no Outs nesta sexta!!! Banda muito foda, de verdade!!!! Recomendadíssimo!!!!

Confirme presença no Facebook: http://www.facebook.com/events/271718612937150/

10ª Edição do STORGE em Diadema!



Comemorando a sua décima edição, o Storge acontecerá no próximo dia 2 de setembro, no Soccer Point (antigo Maiados MC). E diferente das edições anteriores, o evento não será acústico e as bandas Salvatore, Jack’s Revenge, Shimbaus Trio, Inside Shout, Dellaware e Nada Consta, tocarão plugados. Confira mais informações sobre show aqui e assista a um breve documentário sobre ele abaixo:

Programação do Fim de Semana



No próximo sábado teremos mais uma edição da festa mais desencanada, alcoólica e divertida desta dimensão! Como sempre, Aurélio, Magoo, Wlad e eu, rolando tudo o que se possa (ou não) imaginar, com forte tendência às sonoridades obscuras dos anos 80 e vertentes infinitas do que convencionou-se chamar de guitar band, com pitadas de punk 77, new wave, rock nacional, grunge, crossover e outras loucuras mais.

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Diretamente do universo paralelo, trazido pela UFO's Dance, comparece o DJ Barão para nos prestigiar. Parceiro de cabine lá nos idos de 99, vai trazer um pouco mais de psicodelia à nossa já  insana festinha.
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A balbúrdia rola no sempre simpático Espaço Cultural Walden, que fica na Praça da República, 117. Lá vende bebida a preços bem camaradas, tem um atendimento bacana e um clima bem aconchegante; no térreo tem o bar, no 1º andar o lounge, e no porão a pista. As meninas não pagam entrada! Tem convênio com o estacionamento Multi-Park, que fica a 100 metros, na rua Araujo, 130. O site deles é http://www.espacoculturalwalden.com/
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Estão todos convidados!!!!
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E no dia seguinte a movimentação continua com apresentação das bandas O Grande Ogro, Nessuno e os Cães de Pavlov, Glassbox e Blues Drive Monster. 4 bandas de rock alternativo com cara própria. Coisa boa de se ver, de se ouvir e de se conhecer. Estarei embalado da Open Hell, mas disposto a tomar mais algumas. Quem topa a domingueira, a partir das 17hs? Custa 5 merrecas pra curtir 4 bandas de ótima qualidade. Compareçam e apoiem a produção independente nacional!!!   
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 Obs.: Os cartazes da agenda de setembro estão no post anterior.
Breve trago mais informações sobre os outros projetos e eventos.
Abraços a todos!
Na LUTA!
Adriano Pacianotto

quarta-feira, agosto 22, 2012

ABERTA A TEMPORADA DE SHOWS!

Como de praxe as atualizações sumiram daqui de novo rs. Vamos começar a por tudo em ordem... Estou fechando uma longa agenda de shows e eventos, assim como anunciando novas bandas do meu casting de agenciamento, mas como tem muita coisa pra resolver antes de divulgar, vou subir agora o que está OK e vou editando este post conforme forem entrando mais informações, datas, lugares e afins. Passaremos por toda São Paulo e grande São Paulo, além do litoral e interior do Estado. Vamos às prévias!

Na LUTA!
Adriano Pacianotto


24/08 - Show Glassbox em Guarulhos
Musicall Rock Bar – Av. Otávio Braga de Mesquita, 634 – Guarulhos


25/08 – ZonaPunk HC Karaokê
Clube Outs - Rua Augusta, 486 - Centro/SP


01/09 – Open Hell
Espaço Cultural Walden - Pça. Da República, 119 – Centro/SP


02/09 – Interzone no Espaço Walden
Espaço Cultural Walden - Pça. Da República, 119 – Centro/SP


06/09 – Clube Outs
Clube Outs - Rua Augusta, 486 - Centro/SP


09/09 – ZP Fest em Guarulhos
Musicall Rock Bar – Av. Otávio Braga de Mesquita, 634 – Guarulhos


30/09 – Interzone em Guarulhos
(Programação sujeita a alteração)
Musicall Rock Bar – Av. Otávio Braga de Mesquita, 634 – Guarulhos 



Projeto Penha Rock 2ª Edição

(programação em breve)
Largo do Rosário – Penha/SP
www.penharock.blogspot.com 



Continua...

sexta-feira, agosto 10, 2012

HOJE: JACK'S REVENGE EM S.B.C.





Ouça as bandas que vão tocar:

JACK'S REVENGE

KRIAS DE KAFKA

BLUES DRIVE MONSTER


Na LUTA!
Adriano Pacianotto

MINI-TOUR LOMBA RAIVOSA! e FLANDERS 72!





Segue o recado dos brothers da banda punk Lomba Raivosa, que continua aterrorizando os quatro cantos desta merda de país. Tamo junto, seus lixos! Quando virarem rock stars milionários me depositem uma merreca, ok?

Na LUTA!
Adriano Pacianotto

Fala meu velho, maravilha aí?

Aqui é o Testa... Ó, surgiu uma parada legal pra banda e a gente tá dando uma divulgada pra galera que sempre nos ajudou a espalhar a desgraça. Dessa vez, rolará duas mini-tour da banda, com nossos parças de São Leopoldo/RS, a Flanders 72 ( http://tscherniak.wix.com/flanders72#!home/mainPage ), com 05 shows no Sul + Sudeste, se liga aí embaixo:


MINI-TOUR LOMBA RAIVOSA! e FLANDERS 72!


10/08/12 - Embaixada do Rock - São Leopoldo/RS
Com: Flanders 72, Lomba Raivosa!, Jack Walk, Joke77

Horário: 23h00
Preço: $10,00
Rua Presidente Roosevelt, 806

Flyer: http://bit.ly/OeQnrz
Link do Evento: http://www.facebook.com/events/461700897187519/

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11/08/12 - Galeras Rock Bar - Lajeado/RS
Com: Flanders 72 e Lomba Raivosa!

Horário: 00h00
Preço: Macho paga $7,00 e fêmeas pagam $5,00
Avenida Benjamim Constant, 714, Subsolo - Centro

Flyer: http://bit.ly/QHszAz
Link do Evento: http://www.facebook.com/events/128668830611286/

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17/08/12 - Cervejaria Óbvio - Pindamonhangaba/SP
Com: Flanders 72, Lomba Raivosa!, Orange Dog e Sanitarium

Horário: 22h00
Preço - H: $8,00 / M: $4,00
Rua Prudente Moraes, 222 - Centro

Flyer: http://bit.ly/OMKIXY
Link do Evento: http://www.facebook.com/events/409589919098962/

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18/08/12 - OUTS - São Paulo/SP
Com: Lomba Raivosa!, Flanders 72 e Orange Dog

Horário: 22h
Preço: $25 Seco ou $50 Consumação! - Caso queira pagar menos, rola lista de desconto (R$20 com nome na lista, só enviar para info@outs.com.br)
Rua Augusta, 486 - Consolação

Flyer: http://bit.ly/SS82X9
Link do Evento: http://www.facebook.com/events/408082385915998/

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19/08/12 - Clube de Campo Periquito - Várzea Paulista/SP
Com: Lobotomia, Flanders 72, Perturbadores de Silêncio, Retaliador e ANT Re

Horário: 14h00
Preço: $5,00
Rua Arnold Gut, 597 - Mursa - Próximo à Estação de Trem e Hospital da Cidade.

Flyer: http://bit.ly/NIkEON
Link do Evento:  http://www.facebook.com/events/347506152003488/


E como a gte ja não vale mais porra nenhuma mesmo, gravamos esse vídeo convidando a galera pros shows do RS: 



segunda-feira, agosto 06, 2012

Penha Rock 1ª Edição - Resenha e Fotos


Adriano Pacianotto e Aurélio Ordanini 

Aconteceu neste sábado, dia 04 de agosto, a estreia do Projeto Penha Rock, no Largo do Rosário, ponto histórico de São Paulo e agora palco de resistência do rock independente nacional.

Sem querer agradar gregos e troianos, realizamos um festival bem no meio do centro comercial do bairro, sob protesto dos mais conservadores, que certamente preferem o silêncio dos mendigos e da praça abandonada ao movimento cultural que fizemos por lá, que só pra constar, acabou literalmente com a bebida e a comida da feirinha da praça, trouxe gente que não pisava ali há anos e outros que sequer sabiam da existência do lugar, e colocou a Penha de volta no circuito independente paulistano, fazendo toda a Grande São Paulo virar os olhos para lá.

O Penha Rock trouxe ao Largo uma movimentação de pessoas engajadas - artistas, público, imprensa, apoios culturais e comerciais, etc. - e aflorou um sentimento de revolta diante do completo descaso com que aquele patrimônio histórico é tratado, com a Igreja de 210 anos, tombada pelo CONDEPHAAT em 1982, caindo aos pedaços, a praça suja e mal estruturada e uma atmosfera de moralização hipócrita que insiste em espernear dizendo que o espaço tem que permanecer inerte para o bem do "coronelato" local.

O Rock cumpriu sua função transformadora, plantando sementes em corações contestadores e conscientizando as pessoas de que o espaço público pertence somente à população, para seu desfrute e convívio, cabendo aos representantes do poder apenas o exercício de sua função de funcionalismo público, pois nada mais são do que nossos empregados, pagos com nosso dinheiro, com o DEVER de nos servir.   

Se apresentaram nesta edição as bandas Kamenin, O Grande Ogro, Inside Shout, Jack's Revenge e Nessuno E Os Cães de Pavlov, além do DJ Aurélio Ordanini que animou os intervalos com muito rock alternativo. As bandas são de ótima qualidade, com propostas autorais e apresentações bastante competentes. Agradaram mais do que imaginávamos, recebendo elogios até de gente com nenhuma ligação com o rock mas que foi tocada na alma pela verve artística e suas infinitas possibilidades. Já os conservadores de plantão devem estar até agora com uma enorme interrogação sobre suas cabeças, certamente porque esperavam um espetáculo de horrores, drogas e brigas, mas perceberam (assim espero) que essa ideia é fruto de suas mentes preconceituosas, pois o que a cultura rock'n'roll proporciona tem por princípio a paz e harmonia entre as pessoas (do rock ou não), e nossa revolução não é feita com armas, mas sim com canetas e guitarras.

Novas edições serão divulgadas em breve, e quem se interessar em participar pode escrever para projetopenharock@gmail.com ou falar diretamente comigo.

O evento teve apoio do comerciante e agitador cultural Mauro Inácio, da Renovação Carismática Católica, da Supervisão de Cultura da Subprefeitura Penha e da Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo, além de nossos parceiros: Prepara Cursos Profissionalizantes Unidade Penha, Luar do Sertão Bolsas, Revista Espaço News, Rádio Forum Leste, DM1 Escola de Música, Movimento Pró Penha Unida, ZonaPunk e Fusa Records.

Deixo aqui meus sinceros agradecimentos a todos os envolvidos e a todos que compareceram e participaram desse momento histórico.

Montagem de palco e equipe técnica

Passagem de som

Banda Kamenin (São Paulo)

Banda Kamenin (São Paulo)

Banda Kamenin (São Paulo)

Banda O Grande Ogro (São Paulo)

Banda O Grande Ogro (São Paulo)

Banda Inside Shout (Diadema)

Banda Inside Shout (Diadema)

Banda Inside Shout (Diadema)

Banda Jack's Revenge (Diadema)

Banda Jack's Revenge (Diadema)

Largo do Rosário 

Banda Jack's Revenge (Diadema)

Banda Nessuno e os Cães de Pavlov (São Paulo)

Banda Nessuno e os Cães de Pavlov (São Paulo)

Banda Nessuno e os Cães de Pavlov (São Paulo)

Banda Nessuno e os Cães de Pavlov (São Paulo)

Na LUTA!
Adriano Pacianotto

sexta-feira, agosto 03, 2012

ROSAS DE FERRO


Campo de Trigo com Corvos - Van Gogh (1890)


Os olhos fundos, entristecidos
No coração um pranto mudo
Palavras esquecidas ao longo dos anos
E teu semblante ainda novo

O vício marcado em brasa
Dor cega e desgovernada
Os cortejos que assisti na infância
Quando me divertia vendo enterros
Daqueles que eu não conhecia
Ainda aquecem-me a lembrança
De quando eu sentia medo de ficar sozinho
E os pesadelos eram companhia

Versos sem qualquer motivo
Lágrimas já sem teu brilho
Já cansado, autodestrutivo
Te cuido como quem cuida de um câncer maligno

(2003)
Adriano Pacianotto 

15 HORAS DE ROCK'N'ROLL



Neste sábado o rock é infinito. Começa no Centro Histórico da Penha, na zona leste paulistana, com a estreia do Projeto Penha Rock, das 13h às 17h. O evento é em praça pública, gratuito, rola feira de artesanato no local (as barraquinhas de alimentos também vendem cerveja), vão tocar 5 bandas de excelente qualidade, do rock alternativo e experimentalismo ao heavy e hardcore. Confiram mais no blog do projeto http://penharock.blogspot.com.br/ e no Facebook http://www.facebook.com/events/334986376587248/


Da ZL pra região central, mais precisamente no Baixo Augusta, das 19h às 22:30h, mais um evento gratuito. O Grande Ogro faz sua segunda apresentação do dia ao lado dos veteranos do The Concept  . Confiram via Facebook http://www.facebook.com/events/324085441019290/


E pra fechar, à partir das 21h, na Praça da República, também na região central, tem ZP Private Party no sempre simpático Espaço Cultural Walden. Pode ir fantasiado ou não; o importante é curtir um som, beber e jogar conversa fora. Também no Facebook http://www.facebook.com/events/332383220181419/

Que comece a maratona!

Na LUTA!
Adriano Pacianotto

quarta-feira, agosto 01, 2012

A REVOLUÇÃO CULTURAL PENHENSE



Penha - A História do Bairro
Por Elaine Muniz Pires
Fonte: Banco de Dados Folha - http://almanaque.folha.uol.com.br/bairros_penha.htm

A história do bairro da Penha se confunde com o mito sobre a origem de seu nome. Passagem obrigatória entre as aldeias de Guarulhos, São Miguel e Tatuapé, a região fazia parte da rota utilizada pelos bandeirantes a caminho do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, desde meados do século 17. Conta-se que um viajante francês seguindo por este trajeto certa noite descansou numa colina onde hoje se localiza o bairro, tendo na sua bagagem uma imagem de Nossa Senhora da Penha. Ao continuar o trajeto, no dia seguinte, sentiu falta da santa e voltou para procurá-la, encontrando-a onde pernoitara. Recolhendo a imagem prosseguiu viagem, mas, em pouco tempo, notou novamente sua falta. Encontrando-a na colina concluiu que a santa tinha escolhido o local como pousada e ali construiu uma capela.

De fato, o bairro se desenvolveu em torno desta santa. Sua fundação é incerta, mas a data mais citada é a de 5 de setembro de 1668, quando foi concedida uma sesmaria ao padre Mateus Nunes da Siqueira. No entanto, o próprio documento esclarece que o padre já possuía uma fazenda no local e que havia, por iniciativa de seu irmão, o também padre Jacinto Nunes da Siqueira, erigido uma capela para Nossa Senhora da Penha. Não se sabe ao certo quando a devoção se inicia, mas o primeiro documento de fé data de 1667 referente a uma doação em testamento à igreja. Com o passar dos anos, as peregrinações ao local cresceram de uma tal maneira entre os paulistanos que, até meados do século 19, as comemorações em homenagem à santa constituíam uma grande festa na cidade. Sempre no dia 8 de setembro, quando se comemora a natividade da santa, cortejos chegavam do centro da cidade pelo caminho da Penha (atual avenida Celso Garcia). A santa contava com tal devoção dos paulistanos que nos grandes surtos de cólera ou varíola do século 17, a imagem era deslocada para a igreja da Sé.

Em 22 de março de 1796, a Penha foi elevada a categoria de freguesia, integrando regiões que hoje formam hoje os bairros de Guaianazes, São Miguel, Ermelino Matarazzo e Vila Matilde. É deste período que data a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, construída e destinada aos escravos. Por possuir significado especial para comunidade até os dias atuais _ sobretudo a sala dos milagres _ e diante da manutenção de sua estrutura de taipa de pilão intacta, foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), em 1982, em detrimento da Igreja Matriz.

A Penha, até o início do século 20, não passava de um pequeno vilarejo com algumas chácaras. Com o processo de industrialização e urbanização da cidade, o bairro passou a receber parte da população operária, o que o caracterizou até meados da década de 60 como um bairro estritamente "dormitório". Já nos anos 70, apesar do deficiente saneamento básico, da precariedade dos sistema de ensino, saúde e transporte e de apenas 40% das ruas estarem asfaltadas, o comércio local começa a se desenvolver. Um comércio variado e característico, como a "rua das noivas" (rua Padre João), se instalou ao lado dos cinemas Júpiter, Penharama e São Geraldo. A inauguração da estação Penha do metrô, em 1986, deu novo fôlego à modernização, propiciando o desenvolvimento de uma infra-estrutura praticamente auto-suficiente para região, que conta com muitos colégios públicos e particulares, um sistema de transporte considerável, hospitais, bibliotecas e etc.

Hoje, os cinemas do bairro não mais existem, tampouco a rua das noivas tem o prestígio dos anos 70. O bairro residencial transformou-se também em um centro comercial para zona leste da cidade, possuindo além das já tradicionais lojas de rua, o Mercado Municipal, um shopping center inaugurado em 1992 e muitos vendedores ambulantes. A Penha, entretanto, guarda ainda vários monumentos de sua história: igrejas, a ladeira da Penha, o prédio onde funcionava o cinema São Geraldo, o Conservatório João Paulo 2º, ruas e praças que levam nomes de personagens importantes do bairro como Maria Carlota - moradora que muito investiu no bairro nos seus primórdios - e Dona Micaela - famosa negra vendedora de doces da virada do século.




Penha Rock - A Revolução Cultural 
por Adriano Pacianotto 

Sou  morador da Penha há 36 anos, e a história contada acima ouço desde criança. Sou fruto da geração que assistiu a degradação do bairro, o fechamento dos cinemas, da biblioteca, do teatro, da casa de cultura, dos pequenos comércios; a derrubada de prédios históricos para dar lugar a especulação imobiliária; os passeios nas praças dando lugar ao entretenimento artificial do Shopping; o abandono de imóveis antigos, somando longos quarteirões de "cidade fantasma". A Penha se tornou desorganizada, mal iluminada, suja e deteriorada; nenhum representante público olha para o bairro, e estendem-se "currais eleitorais" que mantém no poder gente incompetente e corrupta. Conseguir promover arte e cultura por aqui é quase impossível. Quase nenhuma instituição tem interesse; os "poderosos" estão mais preocupados com seus conchavos e status de "elite" do que com os direitos e interesses da população mais pobre.

Saindo da história tradicional e caindo na história do rock underground, o bairro já foi cenário de grande agitação, dos anos 80 ao início dos 2000, sediando casas noturnas e bares bastante representativos: Piarata Bar, Revolution, Sound Factory, Alternative Vídeo Bar, Plastic Alternative Bar, Arkhan Asylum, Penha Rock Bar, Electroshock Pub, etc.; porém, as dificuldades impostas pelos órgãos administradores praticamente extinguiram o fomento cultural no bairro.

Diante de tais condições, em contrapartida ao grande número de artistas, bandas e afins, à nós, produtores culturais, restou apenas a iniciativa independente. O Estado nos ignora, assim como a grande maioria das instituições; por conta disso resolvi lutar pelo direito de uso dos espaços públicos da região. Assim surgiu o Projeto Penha Rock, que tem como objetivo reunir e conscientizar as bandas independentes da força transformadora que elas tem.

A viabilização do projeto se deu pelo apoio do comerciante e agitador cultural Mauro Inácio, da Renovação Catótica Carismática, da Feira Artesanal do Largo do Rosário e da Subprefeitura Penha, e essa é a prova de que alguns indivíduos bem intencionados são capazes de fazer mil vezes mais do que toda a corja aglomerada em torno das tetas do Sistema.

Conseguir autorização e algum apoio para a realização de eventos públicos não passa de uma pequena batalha ganha, ficando o sucesso da iniciativa a cargo da adesão popular e do comparecimento em massa daqueles que acreditam que esse tipo de ação pode ser capaz de melhorar o bem-estar comum e, consequentemente, contribuir para a revitalização da Penha.

Interessados em participar, colaborar e promover a iniciativa entrem em contato pelo e-mail projetopenharock@gmail.com ou acessem o blog penharock.blogspot.com para maiores informações.

Na LUTA!
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