terça-feira, março 10, 2009

Nada como se sentir com 15 anos



IANA

No amor não há limites
Tudo é uma grande ilusão real
E o primeiro amor será para sempre
Iana havia há pouco completado doze anos
Eu era seu melhor amigo
Eu despontava para os quinze
Ela ainda brilharia a adolescência
Iana era um espetáculo de sonhos
E eu gostava de sonhar
Eu odiava todos os que não sonhavam
Eu não tinha esperanças
Mas vivia uma quimera louca
Iana era um gigantesco colorido perfumado
Uma nascente pura de desejos e sorrisos
E nossas brincadeiras e carícias
Eram repletas de magia sensual e ingênua
Quando caminhávamos sob as sombras das árvores
Nas frescas tardes de nossos verões
Era como se voássemos...
Voávamos de mãos dadas para um universo místico
Infinito de segredos
E podíamos tocá-lo com as pontas de nossos dedos
Não poucas foram as vezes em que juntos adormecemos
Ela deitava seu rosto sobre o meu peito
E eu a protegia com toda a mais bela afeição do mundo
Éramos perfeitos
Eu era poeta, e ela a mais perfeita poesia
Jamais haverá um dia mulher mais linda
Às vezes eu passava horas a olhando
Fixávamos os olhos um no outro
Eu fitava sua boca, seu contorno
Seu sorriso enigmático e silencioso
Quê amor mais sincero, verdadeiro e casto poderia haver no mundo?
Gostávamos das tardes de chuva
Sentávamos e assistíamos a tempestade
Para depois ver o céu se abrir num azul puro
Enquanto uma chuva fina ainda caia
E um arco-íris despontava para o infinito
E junto as gostas que restavam sobre os galhos
E as folhas das árvores os pássaros cantavam
À beleza exuberante de minha augusta e doce Iana
Mas o tempo parece que passou voando
E aqueles dias ficaram distantes
Ela teve de descobrir o mundo
E eu espero com lembranças e retratos
Ela já não é mais criança
E eu prefiro morrer antes de me tornar um velho apático
De todos os amores que já houveram
E de todos os que ainda haverão no mundo
Nenhum jamais terá a força e a beleza de nosso amor eterno
Casto e platônico
Nenhuma maravilha no mundo infinito
Será maior que minha eterna
Pura e alva Iana

Março de 1999
Adriano Pacianotto

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