segunda-feira, junho 22, 2020
Poeira e Quarentena
Poeira e Quarentena
(Adriano Pacianotto)
Da vitrine empoeirada de minha triste quarentena
Admiro minhas lembranças satisfeitas e importantes
Solitárias e vagantes qual fantasmas em silêncio
Nesta rua conhecida desde tempos tão distantes
São lembranças encantadas do que há muito adormecera
Nos olhares sedutores que a paixão reconhecera
Com saudade antecipada do desejo que morrera
Junto ao brilho e a luz dourada que o vazio escurecera
E o aguardo de um abraço ficou velho, em vão, grisalho
Tão sem pele e amor sagrado; nenhum colo confortável
Tão puído e tão surrado; esquecido e maltratado
Empobrecido e inconformado, em lira insana e insuportável
28/04/2020
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