(Adriano Pacianotto)
É sexta-feira
No centro da cidade cinza
E as mudanças de caminho
Desviam-me do teu brilho
E de tudo o que conheço
No rosto o frio e o vento
Entre os prédios, pequenino
Vejo o quanto tudo é imenso
E o quão distante é o recomeço
Que parece-me impossível
Vejo a vida envelhecendo
E o sol não serve abrigo
Entre as torres de cimento
Onde a chuva doutros tempos
Vez ou outra vem comigo
1 comentários:
Poema conciso, autópsia da sensação que povoa os habitantes das grandes cidades. Seus versos descrevem a neurose das metrópoles onde nem a sexta-feira, nem o sol, nem a chuva servem de alívio. Poucas palavras, muito significado, ritmo frenético.
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