quinta-feira, maio 14, 2020

No Centro da Cidade Cinza



No Centro da Cidade Cinza
(Adriano Pacianotto)

É sexta-feira
No centro da cidade cinza
E as mudanças de caminho
Desviam-me do teu brilho
E de tudo o que conheço

No rosto o frio e o vento
Entre os prédios, pequenino
Vejo o quanto tudo é imenso
E o quão distante é o recomeço
Que parece-me impossível

Vejo a vida envelhecendo
E o sol não serve abrigo
Entre as torres de cimento
Onde a chuva doutros tempos
Vez ou outra vem comigo

1 comentários:

Érico Marin disse...

Poema conciso, autópsia da sensação que povoa os habitantes das grandes cidades. Seus versos descrevem a neurose das metrópoles onde nem a sexta-feira, nem o sol, nem a chuva servem de alívio. Poucas palavras, muito significado, ritmo frenético.

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