sexta-feira, maio 22, 2020

Nenhum Cheio de Alvorada



Nenhum Cheiro de Alvorada
(Adriano Pacianotto)

Desta vez não houve nada
Nenhum cheiro de alvorada
Pôr-do-sol sem muita calma
A esperança indo embora
Sem dizer uma palavra

Sem poemas. Tudo cala
A beleza se apagou
A impaciência fez morada
Nem luar e nem mais nada
O coração me abandonou

Sem olhar de noite alta
Nenhuma lágrima brotou
Não houve porre nem ressaca
Nem sequer instante bom
O vazio me dominara

Naqueles tempos de desgraça
Ao menos eu me machucava
Jogava sangue na vidraça
Enquanto via a minha estrada
Com olhares de gigante

Mas agora já nem brasa
Só fuligem se agitando
Se perdendo pela casa
E infelizes sonhos brandos
Que não queimam mais na alma

1 comentários:

Érico Marin disse...

Doloroso e intenso. A última estrofe lembra uma chama que se recusa a apagar. E mesmo que pareça não haver mais esperança, ainda há sempre uma oportunidade para poesia - oportunidade que você soube aproveitar nesses versos.

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