DOI-CODI
(Adriano Pacianotto)
Nove e trinta
Um grito
Eletricidade e afogamento
E ameaças pavorosas
Aos que pensam livremente
Mas ninguém havia entrado
Para elucidar desterros
Preferiram moer gente
Dez e trinta
Um slogan
Dedos roxos e unhas verdes
Restos num saco preto
E nenhum túmulo aparente
Pois ninguém havia estado
Ali para marcar o enterro
Estavam controlando mentes
Onze e trinta
Uma música
O Hino dos Excludentes
Que deixou um mal sem preço
Mas ninguém havia tentado
Fingir que estava vendo
Estavam na antessala
Do hospício brasileiro
1 comentários:
Versos agressivos para um capítulo agressivo da nossa história. Interessante a maneira como você aliou as paisagens e imagens típicas da sua poesia com o tema que decidiu tratar. A visão de pesadelo da tortura revela a proporção da injustiça de outros tempos (?). Show!
Postar um comentário