terça-feira, abril 19, 2011

O CONCRETO JÁ RACHOU

Confiram a resenha do show da Plebe Rude na Virada Cultural, escrita pelo amigo Wlad Cruz e publicada no site ZonaPunk - Vejam as fotos por Daniel Salsicha: http://zonapunk.com.br/ver_res_show.php?id=833


Plebe Rude Na Virada Cultural
17/04/2011 - Palco Júlio Prestes - São Paulo/SP


Após a destruição e ressureição do palco Júlio Prestes, ao escaldante sol do meio-dia, a Plebe Rude tomou o palco dando ínicio ao melhor show da virada cultural e as apresentações de lançamento de seu aguardado DVD/CD ao vivo, "Rachando Concreto ao vivo em Brasília".


A Plebe é daquelas bandas que ainda são pertinentes, e neste show fizeram um verdadeiro ode ao punk, com direito a cover de "Medo" do Cólera, "Pátria Amada" dos Inocentes e intro de "Smash It Up" do The Damned.


Mas para brindar ao punk os quatro plebeus não precisam recorrer somente a menções a outros artistas, pois ali no palco, André X, Phillipe Seabra e Clemente Nascimento (também dos Inocentes) também tem sua enorme parcela de culpa na história do gênero no Brasil. Além dos três, Txotxa (ex-Maskavo Roots) fazia a bateria do dia de forma bem competente.


Poderia ficar aqui escrevendo por horas sobre a importância da Plebe na história do rock nacional, tratá-los como dinossauros do tal 'rock de Brasilia', mas ali eles provaram que são uma banda viva e estão em plena forma, como há muito tempo não se via.


A dinâmica das duas guitarras e vozes continua sendo o diferencial musical, uma interação entre Seabra e Clemente como a de Strummer e Jones nos melhores momentos do Clash, e juntos começaram o show com a dobradinha "O Que Se Faz" e "Brasília", a primeira do clássico "O Concreto Já Rachou" que viria a pautar o set-list.


"O Concreto...", o mini-LP (um corpo entranho entre o EP e o full-length), é um dos grandes marcos da música (de protesto) brasileira. Poucos discos tem os colhões que as sete faixas deste possuem, até hoje. Quantas bandas teriam a coragem de escrever o que fora escrito/cantado ali? Ainda mais em 1985? Um marco no rock de combate, de sempre.


O show seguiu com "Censura", "Bravo Mundo Novo" - com citação a "Soldados" da Legião Urbana, e chegando então a "A Minha Renda", a música mais atual do repertório Plebeu e que veio acompanhada dos comentários de Seabra do tipo: "Eu não sabia que havia civilização em São Paulo? Nós cobramos mil reais para o acesso no camarim", ou "Vocês não estão aqui pra pensar, estão aqui pra dançar", ou então puxar côro de "aeeee/clichê". Qualquer semelhança com o Restart é mera coincidência. Pena que quem deveria ouvir este tipo de letra/comentário não estava por lá.


O set continuou, com os covers já citados acima, "A Ida", "Johnny Vai a Guerra", "Sexo e Karatê", e claro, fechando com "Até Quando Esperar", sob a promessa: "Nós somos aquela banda de Brasília que nunca vai te decepcionar". Aposto que sim.


Enquanto a trégua não vem, eles continuam relevantes, uma das maiores bandas punk do Brasil, com o discurso certo, na hora certa, e algumas das melhores músicas já compostas nestas terras.


O maior e melhor show desta Virada Cultural paulista. Porque grandiosidade se faz ali, ao vivo no palco, não apenas de nome lendário. Valeu a pena aturar o sol, o cheiro de mijo, os mendigos malucos e tudo mais.


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