sexta-feira, fevereiro 19, 2010
Velho Nick Sai Da Geladeira
Parado frente a geladeira aberta, sem a mínima idéia do que comer... larica misturada com aquela fase da loucura em que tudo trava. O pote de biscoitos está vazio. Lembro-me do Chaves gritando da cozinha do restaurante da Dna Florinda: Não tem biscoito! Rio sozinho, paro, fecho a geladeira.
Estava precisando disso. Tive uma pane geral no sistema. A vida bateu na porta cobrando algumas coisas. Não foi rude nem intolerante, foi justa apenas. A gente precisa disso pra subir: tipo água batendo na bunda... Todo mundo dá seus pulos. Ao menos água na bunda é melhor que lama até o pescoço.
Por que as mudanças na vida tem que ser tão dolorosas? Porque a gente tem mais é que se foder "uai". Se fodendo e aprendendo. Coisas da vida.
O que se faz quando o computador trava? Reinicia, certo? Se trava de novo? Fica puto? Todo mundo fica, é compreensível. Eu desisti, eu fumo. As vezes precisamos reiniciar nós mesmos, não é no computador ou em qualquer outra coisa a nossa volta que está o problema.
Acho que a maioria das pessoas se esqueceram de parar pra pensar nessas coisas. Já parou pra se perguntar quantas vezes você fica consigo mesmo, faz algo que gosta, se da um presente, pensa na vida, lembra coisas importantes, sonha um pouco? Quando era criança deitava na grama pra imaginar figuras nas nuvens. Acho que todo mundo fazia isso. Depois dava vontade de comer algodão doce.
Ninguém percebe que não se deixa de ser criança. A vida não é brincadeira, mas não pode deixar de ser divertida. Pena que na vida não tem mão amiga passando mertiolate e assoprando o machucado. É "sal grosso na ferida", como dizia meu avô.
Mais uma vez o Velho Nick sai da prateleira... O monstro sai do armário, triste e cansado.
Estou me esvaziando de novo. Só mais uma fase, vai e volta, sempre, desde sempre. Dias de chuva, dias de sol... como na música do Cabine C.
Algumas noites são mais longas.
Adriano Pacianotto
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