terça-feira, outubro 27, 2009

FANTOCHES E FETICHES

Não podendo suportar o amor, a Igreja quis ao menos desinfectá-lo, e então fez o casamento.



Charles Baudelaire





É natural que eu sinta raiva
Talvez porque me sinta usado
Sou a voz amiga do outro lado
Que te serve para as horas frias
Quando não te resta nada
E precisa confiar em algo
Saber que sou só teu amigo
Já que o sonho de teu riso
Para mim recusa abrigo


Sempre vai buscar em outros
Tuas horas de tentar de novo
Minha vez de cair fora
Teu brinquedo predileto
Teu fantoche preferido
Sou teu círculo de vícios
Teu joguinho de escombros
Onde as mágoas se despiram


Maldito amor que rasga a alma!
Maldito amor que não foi casa!
Maldito amor que morre agora
No coração, que já sem asas
Não vai voar mais outra aurora
Nem mais cair em teu descaso


Viver agora meus instintos
Com quem me gosta de verdade
E me traz colo confortável
E também noites infinitas
De corpos nus e várias línguas
E nossas loucas fantasias
Onde ninguém se recrimina
Ama, confia e compartilha


Adriano Pacianotto

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