terça-feira, maio 26, 2009

Orgulho de ser penhense!









PENHA . [Do esp. peña.] S. f. 1. Grande massa de rocha isolada e saliente, penhasco, penedo. 2. Rocha, fraga: "Uma rua de pedra por onde a cada momento eu esperava ver descer o pastor Viriato. O baiano subia aquelas penhas com um desembaraço que me espantava." (Davi Nasser, Portugal, Meu Avozinho, p. 14.) [Dim. irreg.: panela; sin., ant.: pena.]


Fui à padaria, na esquina de casa, hoje no final da manhã, comprar cigarros (esse hábito horrível que quero largar), e na volta, no ponto mais alto da rua, vendo o horizonte, me passou pela cabeça:
Faço esse caminho desde a minha infância, vi a maioria dos prédios se erguerem ao longo do tempo, mudando a paisagem. Vi a longa rua, que se perde de vista, ganhar novo asfalto, lombadas e sinalizações. Vi também mudar minha forma de enxergar a mesma cena. Vi o sol e a chuva infinitamente nas velhas ruas de paralelepípedos. Vi muitas vezes o horizonte tão negro, e tantas outras ele tão claro.
Nesse ponto da rua, antigamente, havia uma pequena lanchonete de um amigo, onde vendiam os maiores hambúrgueres do mundo, e onde eu passei muitos fins de tarde com algumas cervejas e amigos. Posso dizer que o pôr-do-sol ali é uma coisa mágica. Eu moro na Penha, no ponto mais alto de São Paulo (eu acho), rodeado de velhos italianos, e onde ainda existem aquelas casas de portões baixos, terrenos largos e azulejos portugueses. Onde as famílias ainda se conhecem, geração após geração, e os moradores natos tem um orgulho devoto de serem penhenses. Onde se nasce e se quer viver até morrer.
Eu nasci no Brás, e da maternidade vim direto pra cá. Sempre morei aqui, vezes mais presente, vezes só de passagem, mas sempre aqui. É triste ver a degeneração do bairro, um certo abandono das autoridades, e toda política referente a comunidade nas mãos de algumas associações e velhos "barões" que, em benefício próprio, deixaram os menos favorecidos a míngua.
Vale lembrar que a Penha tem um pólo cultural (Teatro, Biblioteca e Casa de Cultura), uma quantidade enorme de edifícios históricos, um dos melhores clubes recreativos da cidade, um comércio extremamente forme (encontra-se de tudo aqui), etc. porém, uma péssima administração por conta da maioria de nossos representantes.
E hoje, descaradamente bairrista, eu exalto meu orgulho de ser penhense! E você? Já parou 5 minutos hoje pra pensar no seu bairro e no que você pode fazer por ele?
Na LUTA!
Adriano Pacianotto

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