terça-feira, junho 24, 2008

A balada chegou ao fim.

Sexta-feira, 20 de junho de 2008:

Predisposto a me embebedar desde cedo, só consegui tomar minha primeira cerveja às sete da noite, na frente do Hangar 110, e a segunda no boteco podre do outro lado da rua, onde o samba rolava solto. No Hangar era dia de Zona Punk Girls Tour (www.zonapunk.com.br), que acontece de 20 a 29 de junho com as bandas Hy-Fy, Condessa Safira, Lipstick, Killi, Mixtape e Fake Number, todas com vocais femininos. Queria ter ficado para assistir ao Killi, mas eles se apresentariam no mesmo horário em que eu já deveria estar em Itaquera, foi uma passagem rápida, para prestigiar o evento do Wlad, e encontrar gente bacana como a Jú do Killi e o Rulho, produtor do 35mls, que, por sinal, foi o cara que, há quase 20 anos, me apresentou os melhores lados B do Sisters Of Mercy.

Do Bom Retiro para a "Zona Lost", para a Altrobox, festa organizada pelo Nene Altro, para a minha primeira discotecagem da noite, no El Cafofo, que é um espaço cultural muito bacana e super aconchegante. Lá fiz um set com os 80’s mais viados dos mundo (rs), de Gary Neuman a Dead Or Alive. Uma pena ter que ir embora logo, mas deu tempo para um "docinho", meia dúzia de latinhas e fechar a discotecagem no Hangar, em julho, no aniversário de casamento do Nene e da Karina, com direito a show do Mal de Caim, banda paralela do Nene, que tem ainda o Edu (Das Projekt der Krummen Mauern) na guitarra, Valentim (Detroit/Outs) na bateria e Marcílio Silva no baixo, e que faz um gothic rock a lá Bauhaus, com letras em português, tudo registrado no primeiro álbum, Eurema Elathea, de 2006.

Arrancado quase pelo pescoço pela minha produtora, e "super-heroína", e jogado dentro de um táxi que quase nos atropelou, chegamos à Augusta em menos de meia hora, encontramos o Rulho pela segunda vez, agora levando uma banda para o Inferno, casa noturna que fica de frente para a Outs, e fizemos uma parada para o jantar, ou seja, mais cerveja e coxinha.

A Outs estava "abarrufada", vários amigos compareceram, e a casa tem um público fiel. O Valentim me recebeu muito bem, assim como toda a equipe de lá, e só tenho a agradecer.

Na cabine de som mais cervejas, outro "docinho", equipamento impecável e pista lotada, realmente curti discotecar lá. Foi um set de quase 3 horas, com de tudo um pouco, até uma seleção de rock nacional que incluiu Metrô, Uns & Outros, Cabine C, Legião Urbana e Tokio, não exatamente nessa ordem. No momento pós punk o destaque ficou para a dança com a cadeira do Sr. Humberto Finatti, ao som de Hong Kong Garden da Siouxsie & The Banshees, simplesmente SENSACIONAL! (rs) E em julho faço uma mini session na festa de aniversário da sua coluna no site da revista Dynamite, a Zap N’ Roll (www.dynamite.com.br), e aí será minha vez de escolher o som para dançar com a cadeira. (rs)

E falando em Outs, dia 6 de julho tem início o Alternative Sunday, projeto que realizo em parceria com a Japa (DaJapa Produções), que tem como propósito misturar balada alternativa com festival de bandas independentes, acontecendo simultaneamente nos dois ambientes da casa, e que a Outs, mais uma vez, recebeu de braços abertos. Será uma domingueira quinzenal onde vão rolar shows com bandas no andar debaixo, todas escolhidas a dedo, pelo critério da qualidade, e não da quantidade de venda de ingressos, e discotecagem no andar de cima.

Feliz da vida, cachê no bolso, cachaça na cabeça, "docinhos" na mente, um tombo na escada, de volta para a Penha, praticamente carregado, naquele ponto em que se quer, mais que tudo, ficar sóbrio, mas a bebedeira não passa, e dormir algumas poucas horas para encarar o terceiro rond...

Sábado, 21 de junho de 2008:

Lá vamos nós de novo! Às 2 da tarde começa mais um festival de bandas na Ska Skate Rock, com os atrasos de sempre, banda que não chega no horário combinado, banda que cancela show em cima da hora, equipamento que da pau, e todas essas coisas que só acontecem no "estranho mundo de ska" (rs). Destaque para as apresentações das bandas Izel, Rad, Tarde Demais e Open Bar, que merecem os parabéns pelo profissionalismo e qualidade, mas achei o acústico do Aditive (renomada banda da cena hardcore nacional) um tanto "pobrinho", só estavam o Sandro e o Serginho, com banquinho e violão, embora a apresentação tenha sido super empolgada e cheia de carisma.

Domingo, 22 de junho de 2008:

Um pouco mais descansado que no dia anterior lá estou eu, na Ska novamente, para mais um fest. As primeiras bandas não fugiram à barulheira desafinada de sempre, até a entrada do Copacabana Café, com seis integrantes se apertando entre uma quantidade enorme de equipamentos no pequeno palco da casa, com um som totalmente experimental, numa pegada de bossa nova com rock pesado, e de altíssima qualidade. Uma pena os equipamentos da casa não ajudarem, e olha que eu me esforcei para tentar fazer aquela PA funcionar direito, mas como ali o botão do agudo regula o grave, o do grave o médio e assim por diante, fica difícil deixar o som redondo. Quem quiser conhecer a banda é só acessar www.copacabanacafe.com.br, eu recomendo. Na seqüência veio o Akiles, com uma pegada rock nacional 80, só que com mais peso, e qualidade e competência notáveis; depois foi a vez dos gaúchos do Harmona, porrada na orelha, bons, simplesmente bons, sem falar na perseverança desses garotos que saíram lá da terra deles pra vir morar nesta cidade doida e tentar um espaço na cena hardcore de Sampa. Sejam bem vindos, no que depender de mim vocês terão muitos shows por aqui.

O encerramento do evento ficou nas mãos do Falante, banda revelação da cena underground em 2007, com um show acústico muito bem produzido, com iluminação e decoração especiais, uma sonoridade pop, porém muito bem feita, letras bem trabalhadas, músicos de reconhecida qualidade, e tudo redondinho (na medida do possível, por conta da PA mais "surreal" do mundo), para delírio da garotada que sentou na pista para assistir e cantar todas as músicas.

Fim do show: banda, público e organizadores praticamente expulsos da casa. Pô, trancaram os banheiros antes do final do evento, e todo mundo com mijaneira. Estendemos uma boa conversa na calçada, enquanto a banda, que teve de recolher os equipamentos com pressa para a casa ser trancada, tentava entender o que ia para onde, e onde estava o quê, tendo que espalhar no meio da rua um back line de, chutando baixo, uns 15 mil reais, numa rua deserta, na garoa, e um frio da porra. Sim, isto é uma crítica. A casa não se preocupou com a mijaneira de ninguém, com a segurança de ninguém, e me corrijam se eu estiver errado, mas eu acredito que o valor humano está muito acima do valor monetário, já que o dinheiro da venda dos ingressos já está no caixa, por que não dar em troca, pelo menos, uma recepção mais respeitosa àqueles que possibilitam a casa pagar suas contas? Enfim, parabéns a todos que participaram comigo desse fim de semana interminável, todos os que realmente fazem a cena underground existir, sobreviver e crescer, produtores de bandas e de eventos, DJs, organizadores, músicos, jornalistas, divulgadores e público, a "CENA" é nossa, sempre foi e sempre será.

Na Luta!

Adriano Pacianotto

0 comentários:

counter
counter
 
Copyright 2009 Adriano Pacianotto. Powered by Blogger Blogger Templates create by Deluxe Templates. WP by Masterplan