Sim, eu sei que me desregrei nesses últimos tempos.
Bebi demais, me joguei em noitadas demais, fumei demais, trabalhei demais, procurei por um amor demais...
O resultado é uma enorme bagunça de ponta a ponta nas coisas da minha vida,
Em todos os âmbitos...
E neste exato momento estou revendo meus conceitos.
Estou encontrando uma forma de trabalhar menos e produzir mais,
De beber menos e satisfazer minha necessidade de entorpecimento,
Parar de fumar porque esse é o verdadeiro veneno,
Desistir de viver um grande amor porque já tenho a plena certeza de que não há amor suficiente aqui dentro.
Eu confesso que meus objetivos são aqueles que poderão ficar para sempre,
Por isso não estou preocupado em agradar ninguém.
E não pretendo, nunca nesta vida, ter um emprego normal,
Nem fazer pose de bom-samaritano, com mulher descabelada e com roupa manchada de cândida,
E filhos mal educados correndo pela casa.
Eu quero ser junkie, mas um junkie comportado, com um pouco mais de limites e muito menos lágrimas de desabafo.
Não quero ser feliz porque não acredito na felicidade.
Quero estar contente com as coisas que vivo e faço, somente isso.
Não quero atravessar a vida me orgulhando do carro zero na garagem, do bom emprego e do bom salário,
enquanto, no âmago, eu queria ter sido um cantor de rock, ou poeta, ou filósofo, ou qualquer dessas coisas que a sociedade nos faz acreditar que é errado.
E se eu morrer como um poeta podre e ferrado, ainda assim, terei sido algo muito mais digno do que um advogado.
Adriano Pacianotto
1 comentários:
Tirando a parte do amor, acho que estamos na mesma.
E é incrível como nossas vidas são ligadas e jamais percebemos (ou tivemos a oportunidade de perceber) isso.
Mas vamos tirar o atraso, e mostrar aos advogados quem é que manda nesse mundo.
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