Nenhum Cheiro de Alvorada
(Adriano Pacianotto)
Desta vez não houve nada
Nenhum cheiro de alvorada
Pôr-do-sol sem muita calma
A esperança indo embora
Sem dizer uma palavra
Sem poemas. Tudo cala
A beleza se apagou
A impaciência fez morada
Nem luar e nem mais nada
O coração me abandonou
Sem olhar de noite alta
Nenhuma lágrima brotou
Não houve porre nem ressaca
Nem sequer instante bom
O vazio me dominara
Naqueles tempos de desgraça
Ao menos eu me machucava
Jogava sangue na vidraça
Enquanto via a minha estrada
Com olhares de gigante
Mas agora já nem brasa
Só fuligem se agitando
Se perdendo pela casa
E infelizes sonhos brandos
Que não queimam mais na alma