Alguns dias atrás fui com minha esposa, Denise, em busca de um presente para o filho de um casal de amigos que completaria 2 anos de idade. Optamos por algo educativo, preferencialmente um livro. Sem muito tempo para escolhas, fomos ao Shopping Penha, próximo de casa, à livraria Nobel, onde encontramos apenas estorinhas manjadas da Disney, similares e uma prateleira do chão ao teto recheada de bíblias para socar nas crianças desde a barriga da mãe. Assustador!
Na Americanas a sessão de brinquedos parecia ter sido bombardeada por um B-52 e nada correspondia a faixa etária que queríamos, ou estava sob os escombros.
Na Ri Happy - símbolo máximo do controle sobre os pequenos - entramos com olhar de molotov, passamos pelo corredor dos personagens mais famosos da TV, seguimos por caríssimos brinquedos para adultos, vimos prateleiras repletas de jogos "deseducativos" e tudo que conseguimos foi um quebra-cabeça que evolui de 4 à 12 peças, porque todos os outros iam só até 4 (!?!?). Agora, não sei se é um problema isolado ou um reflexo geral (acredito na segunda hipótese), mas para as crianças são raros os produtos que incentivam a leitura e o conhecimento multicultural, pelo contrário, parecem minar esse desejo antes mesmo dele nascer. Não é de se espantar que a juventude brasileira, em sua maioria, não saiba ler, escrever ou se expressar. Acho que fodeu mesmo!
Adriano Pacianotto
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