quinta-feira, outubro 14, 2010

DIABO OU O CARALHO QUE FOR


DIABO OU O CARALHO QUE FOR

Tarde, já muito tarde
Eu sentado no chão
Melancolia, solidão
Cada vez mais frio
Cada vez mais escuridão
Alguém bateu na porta
Pensei ser imaginação
Bateu mais forte
Abri
Não havia nada
Só silêncio
Dei as costas
Pânico!
Diabo, ou o caralho que for
Estava no meio da sala
Como sonho alcoolizado
Toque áspero
Bafo gelado
E muitos comprimidos
Rezei alguma coisa
Mil vozes perdidas num poço
Surgiu uma luz
Acho que era a televisão
O Diado (ou o caralho que for) recuou
E a garota do filme pornô
Pedia minha atenção
Silêncio de novo
Depois...
Gatos no telhado
Trepando
Sumira o Diabo, o caralho, a garota
A Tv desligada
A porta aberta
Ventava
Ainda havia um trago
Comprimidos e um baseado
Já era de manhã

1994
Adriano Pacianotto

1 comentários:

Rafa disse...

Intertextualidade: The Raven - Edgar Allan Poe.

Diabo, ou o caralho que for...

muito bom!

abraço, Adriano!

Rafa Moller, da Penha

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