sábado, fevereiro 06, 2010

Horas de Balbúrdia


O ZonaPunk é uma revista virtual, há 10 anos no ar, que se tornou o mais importante veículo de informação sobre música independente do Brasil na Internet. Todos os anos o site promove uma votação livre, para eleger os melhores do ano, o Best of ZonaPunk. Este ano foram mais de 110 mil votos únicos, o que prova a força do veículo, capitaneado pelo jornalista, punk romântico e bêbado Wladimyr Cruz.

Durante dois meses a votação fica aberta, e os vencedores são anunciados numa festa pra lá de insana, que rola, tradicionalmente, no Hangar 110, em São Paulo, com open bar de cerveja, shows exclusivos, muitos convidados, gente de tudo que é banda, de CPM 22 a Sexta Feira S/A, produtores, amigos, curiosos, groupies, e tudo mais que é preciso pra fazer um grande evento de rock e putaria.

A festa rolou nesta quinta, 4 de fevereiro, das 17hs às 23hs no Hangar, e das 23hs às 6hs no Outs.

Vamos à minha aventura de 15 horas de barulho, trabalho e junkeria:



Saí de casa Às 15hs, debaixo de um sol escaldante e nuvens anunciando mais um temporal. Busco a Denise em casa, pegamos o metro e descemos no Armênia.

Passos largos rumo a Rua Rodolfo Miranda, do outro lado da Av. Tiradentes, e a chuva desaba enquanto esperamos os malditos sei lá quantos faróis fecharem. Guarda-chuva pego às pressas, e uma corrida até o boteco sujo que fica quase de frente pro Hangar. Lá encontramos o Nenê Altro, já tomando uma. Desce mais uma, colocamos a conversa em dia, e lá vai ele, com o guarda-chuva da De, buscar a Karina, sua esposa, no metro. Temporal doentio caindo, e 20 minutos depois eles chegam ensopados, e o Nenê com o cabelo da Elba Ramalho. Vai mais um dedo de prosa, mais uma gelada, e a chuva pára.



Eu tinha que chegar no Hangar às 16:30, eram 17:10. O povo começando a aglomerar na porta, entramos, o projeto solo do Nenê, o Mal de Caim, era a primeira banda.

Últimos preparativos para a abertura da casa, conversa rápida com o Wlad, estressado e vestido pique Pakalolo, de regatinha verde e bermuda abaixo do joelho, que me passa as coordenadas. Depois balcão e cerveja.

Nenê pilhado, a banda atrasada, todo mundo preso no transito caótico de São Paulo, quase na hora do show. Casa aberta, gente entrando, mais cerveja, a menina do bar é bonita, já meio bêbada, 19 anos no máximo, barriga de fora, e brotam pensamentos sujos em mim e na Denise.

Mais cerveja, casa enchendo, Mal de Caim no palco, anunciado pelo Wlad: "Com vocês, Nenê Altro e seus góticos malditos!". Começam sem o Edu (guitarra), preso no transito ainda, Nenê esquece as letras, se enrola e se desenrola com facilidade, e vai pra próxima música, o mais recente single "O Diabo Sempre Vem Pra Mais Um Drink", anunciada assim: "Essa música fála da minha vida, e de amigos tipo Wlad e Pacianotto, que ligam as 3 da manhã".

Da platéia, com a reputação zero, assisto ao show e canto junto "Diabo não retorne, que já me sinto um cão, eu tenho álcool, drogas, carne quente".

O show foi rápido, o Edu chegou a tempo da última música, e eu me senti de volta ao lado dark dos anos 80.

Terminada a "cota para góticos" da festa, pegamos mais cervejas com menina do bar que parecia cada vez mais a vontade com a nossa presença, subimos para o camarim e planejamos como pegá-la.


As próximas horas intercalam camarim, muuuuita cerveja, shows, e Wlad anunciando os vencedores.

Eu tinha que levar as caixas de vodca que seriam distribuídas no Outs e colocar a festa lá pra rolar, isso após umas 15 latas e alguns goles de cachaça pura, que é o troféu Zona Punk entrege aos premiados.

Tempo pra mais um cerveja, um "te queremos" direto na menina do bar, que sorri e diz que nos encontra no Outs, e saímos a procura de um táxi.

O álcool apagou os momentos seguintes, lembro apenas em flash, nessa sequência:

Carro do Falco. Caixas de vodca. Nene e eu na esquina da Tiradentes. Nene e eu voltando pro Hangar num táxi. Taxista gordo e rabujento. De e Ká no táxi. Conversas podres no caminho. Taxista visivelmente puto com a conversa. Outs.

Nene e Karina vão pro boteco do outro lado da rua. Denise e eu entramos para organizar a baderna que começaria em breve.

Daí pra frente só água mineral, uma bebedeira que não passava nunca, e muito trabalho.

Não vi mais o Nene e a Ká, sei que tiveram mais de seus momentos Cid & Nancy e foram pra casa.

Denise e eu ficamos na esperança da menina do bar aparecer, mas não a achamos na multidão.



Sick Mind Crue abre a discotecagem, meu case foi parar no Inferno Club (???), o Mixtape abre a sequência de shows no andar térreo, que ainda teria Zebra Zebra e Quarter.

Sei que virou tumulto, a Augusta, em frente a casa, tomada por centenas de pessoas e cheiro de maconha.

Entro na discotecagem a 1h, vou de Stooges a Echo & The Bunnymen. Às 2hs entram os integrantes do Granada pra discotecar, tápa na pantera, e toca eu correr atrás dos integrantes do Cine, que iriam discotecar na sequência. Nada deles, vi pelo menos uns 20 moleques iguais ao vocalista, mas o Cine mesmo, nada. O Fake Number também virou lenda, mas a galera do Envydust mandou super bem, seguraram a pista logo após, e eu entrei em seguida e discotequei até o final, expulsando todo mundo com Bela Lugosi's Dead, quase 6 da manhã.

Durante todo o evento a rua ficou tomada de gente, baixou polícia pra colocar ordem, mas não adiantou, o rock venceu.

Saímos de lá, eu brisado e moído, a De com dor nos pés e cansada. Tomamos café da manhã, e às 7hs eu táva nanando zzzzz.

Acordei de ressaca, pés doloridos e dever cumprido.

O resultado da premiação vocês conferem aqui:
http://www.zonapunk.com.br/news.php?id=12544


Parabéns a todos os ganhadores e ao Zona Punk.


Na LUTA!
Adriano Pacianotto

1 comentários:

ludimyla disse...

Jesus me chicoteia... os anos passam e vc não aprende!! rs...

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