Não me lembro qual foi a última vez que fiquei em casa num sábado à noite. Pior que fiquei meio desnorteado, sem saber o que fazer. Estou trabalhando na Internet pra me distrair, ou morrerei de tédio.
São tempos estranhos, mas bons. Resolvi parar de fumar, tirando a recaída de ontem, conto 5 dias já, e realmente estou decidido. É perda de dinheiro e de saúde. Pura idiotice mesmo.
Eu fumo há 18 anos, e fazendo uma conta burra fumei 6570 maços até hoje, multiplicados pelo valor de R$ 4,00, que é o que custa a marca que fumo, soma a bagatela de 26.280,00. Caralho! Eu taquei fogo de 26 pilas! Vai falar que não é burrice? Enfim, isso passou, já foi.
A gente chega numa idade em que a vida pela frente já não é tão longa, e começamos a pensar em como queremos morrer, já que esse é o fim inevitável.
Eu, definitivamente, não quero agozinar numa cama de hospital. Se eu não cometer suicídio quero morrer de infarto, daqueles fulminantes, que não dá tempo de falar um ai. Mas quero fazer muitas coisas ainda, tenho muitos planos, e muitos acertos...
No momento estou envolvido com alguns projetos grandes na área de produção de eventos, estou preparando finalmente a publicação de minhas poesias, procurando casa pra alugar, academia e retomando meus estudos; o inglês recomeça semana que vem e os preparativos pra faculdade de História de imediato.
Foi uma longa luta pra me organizar, pra poder dar conta de tudo, mas está tudo acontecendo como planejado, acho que pela primeira vez na minha vida.
Foi um processo longo, que envolveu autoconhecimento, coisas práticas e muito "foda-se" pra gente que nunca deveria ter chegado perto de mim. O resultado foi esse "estar bem consigo", o bom funcionamento das coisas cotidianas e as pessoas de bem que me rodeiam.
Antes eu costumava permitir que "losers" participassem da minha vida, porque eu sentia pena. Só que essa
gente não merece pena, atenção ou qualquer merda, merecem, sim, serem os fracassados que são, pois nada nem ninguém pode mudar isso, já nascem com essa sina.
E o pior de tudo é que se acham a última bolacha do pacote... Ao menos servem de piada.
O que me preocupa agora é me adequar a essa porra de Horário de Verão, meu relógio biológico vai pras picas. Sem falar no sol maldito que fica até as 8 da noite, e eu odeio, realmente odeio dias de verão. Não suporto calor, sem falar nas menininhas "bunita" que desfilam seus pneuzinhos de trator pra todo lado nessa gigantesca "barangolândia" que virou São Paulo.
Nem na base do "embeleza" (duas partes de conhaque e uma de martini) após as 3 da manhã, quando qualquer uma vira Ana Paulo Arósio, dá pra encarar.
E enquanto escrevo penso naquele cigarrinho fedorento pra encher a alma de veneno. Tem esses picos de vontade louca de fumar, mas dura pouco. Vou ter que conviver com isso por alguns meses ainda.
É, finalmente estou me livrando das coisas que me fazem mal, e pra quem já foi o junkie dos junkies, posso sentir muito orgulho de mim. Lutei contra a cocaína, contra a bebida, e agora o cigarro... falta pouco para comemorar a guerra vencida! Me considero um sobrevivente.
Acho que o que me motivou de verdade foi o amor que tenho pelas coisas da vida, as coisas que amo de verdade, que merecem ser vividas... Breve meu canto, a melhor companhia, sonhos realizados e muita alegria.
Na LUTA!
Adriano Pacianotto
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