segunda-feira, julho 13, 2009

Sex, Drugs & Jesus Christ




Eu deveria hoje, creio, dedicar-me mais ao meu futuro.
Talvez eu não devesse ouvir Joy Division nesta tarde cinza,
Nem ler aqueles versos que escrevi em lágrimas.
Mas gosto dessa sensação de "corda bamba",
De andar sobre navalhas.
A vida era mais fácil quando, ao deitar-me para dormir, sonhava não acordar.
Meu coração é fel e brasa, pulsa ainda, mas amarga muito do que por aqui se passa.
Eu sempre escrevi angústias de noites passadas,
Em poças de conhaque, ou em copos de verdades.
Eu não deveria, hoje, entregar-me a solidão, mas me entrego por pura mágoa.
Muitas vezes, como agora, me sinto sem chão.
É a mais pura verdade que esmaga minha alma.
Aos 33 anos, a idade em que Cristo revolucionou o mundo com sua morte trágica,
Me vejo sem ter revolucionado nada.
Não sou Cristo, nem santo, mas ao menos não sou advogado.
Ser marginal com muito orgulho!
Ser cacos da consequência de minha vida falha.
Ter escolhido o caminho que todos julgam errado,
Porque não sou macaco de circo.
Eu sou o dedo que cutuca a chaga.
Eu sou o que todos querem mas não tem coragem.
Eu sou o soco na cara.
O mundo me enoja!
Eu desperdiço meu tempo preenchendo folhas que não merecem minhas palavras.
Eu deveria extasiar-me com as intrigas da novela das 8,
E ter mulher, filhos e chifres, como manda o protocolo.
Mas prefiro ler Nietzsche a saber quem matou Odete Roitman.
Me chamam de louco por não aceitar esmolas.
Eu quero mais que isso. Eu não aceito ser fantoche.
Sou apenas o maldito. O exemplo da tragédia que acomete os que não aceitam regras.
Não sou Cristo mas me crucificam.
Mas não cabe a mim perdoá-los, e sim, puni-los.

Adriano Pacianotto

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