segunda-feira, julho 28, 2008

THERE IS NO TIME

Tanto que andamos desde quando nos conhecemos.
Quantos se foram? Quantos ficaram distantes?
É a lei da sobrevivência que sobrepõe-se aos desejos...
E nossos anseios são ainda maiores.
E ao querer é que muitas vezes perdemos.
Ficam tão distantes os melhores tempos.
Tempos de sábado à tarde com sol e cerveja.
Tempos em que o mundo ainda parecia mais calmo.
Ilusões apenas...

O mundo devorou a todos.
Uns mudaram-se para longe.
Uns não tiveram mais tempo.
Uns apenas se esqueceram, enquanto outros se cansaram.
Uns ficaram. Outros... ?
E ficaram lembranças amarelas, como fotos antigas.
Ficaram pedaços de mágoas, mofados.

Muito se esqueceu pelos cantos.
Sonhos agora são só transeuntes
Numa esquina qualquer que tocava Lou Reed
Num lugar esquecido.
Que nunca vou esquecer...

Já não moramos nos porões escuros.
Já nem somos tão "ratos-de-sebo".
Ainda guardamos os velhos encantos o máximo que podemos,
Como tralhas no armário,
Pra usar depois, cada um do seu jeito.
Objetivos temos muitos.
Demora sabermos.

Aprendemos quando os erros são graves
O suficiente para nos perdermos.
Ainda sigo, pequeno e forte,
Nestes dias de sonhos enfermos.
É aqui que quero ficar.
Já ergui colunas de ferro!
Tantos hão de querer meu cair.
Mas te tenho do meu lado amanhã
Isso me faz dormir mais feliz

E quando todo o desespero tiver passado
Teremos sobrevivido e nos sentiremos mais vivos
Faremos churrasco, com os amigos, no jardim,
Após a feira de domingo.
Porque deve haver um lugar para nós
No mundo dos sonhos e encantos
Deve haver um apartamento vago
Com nosso número na porta
Ou uma casa vazia para pintarmos
E pendurarmos os nossos quadros
Para depois correr entre os móveis
No chão coberto com plástico
E prateleiras com mil parafusos
Esperando pelos nossos livros

Deve haver nesse apartamento vago
Com nosso número na porta
Ou na casa vazia para pintarmos
Uma sala pequena com uma sacada
Onde o vento sopra tão mágico
E se vê os carros que transitam
Pequenos e muito rápido

E deve haver nessa sala pequena
Noites frias nos esperando
Com chá, leite quente e chocolate
E talvez um filme italiano
Pra assistir jogados num canto
Sem que ninguém nos atrapalhe,
Ou queira roubar nossos encantos.

Novembro/2003

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