Mil erros são poucos ainda
Para somar minhas noites sem sono
Os meus vícios; os meus amores; a cocaína
Você completa meus sonhos
Mas não quer sonhar comigo
Meu passado sem retorno
Meu presente sem futuro
24 horas sem descanso
Passo a vida a pedir socorro
Só você me dá abrigo
Mas não sinto algum conforto
O que há de errado comigo?
Deixa-me sonhar teus sonhos
Meu pesadelo é puro instinto
A vida já não faz sentido
E o sangue escorre em meu rosto
Não consigo dormir
A mentira é meu cotidiano
O dia é estranho
O sol sem brilho
Tão sem brilho meus instantes
Socorro!
Alguém me salve de mim mesmo!
Terça-feira de algum outono
Memórias sem encanto
O dia mais feliz do mundo
Será o dia em que estarei morto
Será o fim deste abandono
Que criei para o infinito
Um universo escuro e estranho
Dias de qualquer outubro
O carinho jogado aos cantos
Como restos de carne podre
Meus olhos ainda sangram
Por mágoas de dias distantes
Lancei-me ao mundo sem muita sorte
Cometi os pecados da carne
Lancei-me em precipícios
Minhas verdades já não dizem muito
Porque ninguém acredita comigo
A solidão é um monstro
Algo que engole a vida
Algo que ausenta a alma
Eu me sinto tão culpado agora
Que nem devo merecer as rosas
Decorando a minha cova
Não mereço as tuas lágrimas
Não se culpe pelas minhas falhas
Meu coração nunca se acalma
Sou infeliz pra vida inteira
E não sei explicar a causa
Estandarte da revolta
Vou morrer a qualquer hora
E acho que já nem me importa
Obrigado pelo amor singelo
Que teu coração me guarda
O meu ficou tão triste
E só resta-me ir embora
Adriano Pacianotto - 2004